Na primeira entrevista em estúdio como prefeito eleito, no CETV 1, Roberto Claudio responde a perguntas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da federação de favelas e da entidade representativa do comércio local. Ele afirmou que fará força tarefa para a Copa 2014 e que dará ''vida nova'' ao Centro.
O que se passou na sua cabeça com a vitória?
Certamente passaram todas as imagens da minha pessoal, mas as que estão mais próximas são as da campanha. Eu saí diferente do que entrei na campanha. Ao longo dela ganhei muito mais sensibilidade e conhecimento da alma das pessoas, e agora passo a ser responsável direto por resolver os problemas, isso é muita honra. Estou cercado de gente competente, uma grande aliança.
Estava equilibrado, quando veio a certeza da vitória?
A certeza só veio quando a gente foi definido oficialmente pelo TRE, mas nas caminhadas que fizemos eu vi um desejo muito forte de mudança, de renovação.
A apuração, você quis ver?
Nas apurações, tanto como deputado, eu prefiro ficar em casa no silêncio. Depois da vitória fui ao comitê, uma festa belíssima. Gente que não tinha votado na gente no primeiro turno, mas viu sua cidade representada no comitê, gente do povo. Minha obrigação está agora em unir esses sentimentos de renovação.
Qual será primeiro ato como prefeito (pergunta feita pelo presidente da Fecomércio, Gastão Vieira?
Há muita coisa que quero fazer, mas sou médico, diria que minha obrigação profissional e pessoa é colocar para colocar para funcionar e rápido nossas estruturas de saúde, nossos postos de saúde, que são o primeiro passo para atender as pessoas. Quero colocar para funcionar, se for problema de infraestrutura, uma pequena reforma; se for problema de profissional, colocar mais gente. Também vou garantir as obras de Copa. Fortaleza tem que correr rápido para colocar as obras para funcionar. Vou fazer uma força tarefa para que a gente possa correr rápido. Depois vamos receber bem a Copa do Mundo e não tenho dúvida de que ficará um legado. Fortaleza terá uma história antes e depois da Copa do Mundo.
Você se incomodou com essa história de oligarquia?
Tenho orgulho de ter o apoio do Cid. Foi um elemento fundamental, pela capacidade de trabalho que deu rumo importante à campanha.
Sua campanha teve uma grande aliança, que uniu também os derrotados no primeiro turno, como você conseguiu unir essa coligação?
Fortaleza não deu os resultados esperados, nada mais normal que os partidos se unam. As coligações apresentaram propostas porque compreenderam que nosso projeto incorporava melhor essas mudanças.
Entendemos que um concurso da prefeitura não pode ofertar salário acima de R$ 900. Como garantir um pagamento digno aos servidores (pergunta feita presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro)?
Primeiro quero sempre garantir o ingresso por concurso público, o método mais digno. Fiz isso na Assembleia depois de 30 anos, quero fazer também por Fortaleza. Sempre haverá vagas para os terceirizados. Prefeito tem o gabinete aberto para dialogar com franqueza, para antecipar às greves, garantir as conquistas orçamentárias. Quero garantir a você que serei o prefeito do diálogo.
Foi uma boa briga democrática. Fortaleza teve um segundo turno muito equilibrado, prevaleceu o debate de ideias, apesar de em alguns momentos ficar mais acalorados. A gente com o PT em nível nacional e estadual uma parceria. O que aconteceu em Fortaleza foi buscar uma resposta a uma conclamação das ruas para apresentar uma alternativa. Felizmente fomos eleitos com a missão de unir a cidade. Agora eu sou prefeito de toda a cidade de Fortaleza, de todos os fortalezenses. A tarefa do prefeito é unir a cidade, governar para todos com o olhar especial aos que mais precisam. Fortaleza tem um milhão de pessoas vivenda abaixo da linha da pobreza.
Como foi a participação da sua esposa na campanha, ela terá papel na prefeitura?
Foi surpreendente. Certamente terá uma função, ele irá ajudar, é uma responsabilidade minha e dela. Creio que ela vai ajudar muito para a gente garantir atenção às creches, saúde. A gente precisa muito disso, a sensibilidade dela certeza será de muita ajuda.
Como vai ser o diálogo com os servidores?
Vamos abrir a prefeitura para o diálogo. Não se consegue ser prefeito de Fortaleza sem unir as pessoas. Eu terei muita boa vontade ao diálogo de qualquer natureza. A gente tem um déficit de 80 famílias sem casa, e com dinheiro para isso. O que a gente precisa é trabalho para fazer. Iremos regulamentar leis, respeitar as ZEIs e investir em casas e quero dialogar com os movimentos sociais.
O que vai ser feito na região do Centro?
O Centro da cidade é onde começou a história de Fortaleza. Ele precisa ser cuidado, ser limpo, precisamos ter estacionamentos, precisamos desapropriar para criar shoppings populares. Também precisamos valorizar o Centro histórico. O Centro precisa ser ocupado e vamos reiniciar pela periferia, em alguns quarteirões de margem do Centro para que as pessoas passem a residir por lá. O Centro vai ganhar uma nova vida.
O que pretende fazer com servidores terceirizados?
A gente vai garantir que onde haja terceirizados ele vai ser mantido. Mas de uma forma mais republicana, o concurso é o mais justo. Fui eleito com um conjunto de apoio, de propostas que seduziram eleitores. Peço que as pessoas confiem no prefeito, não vou dormir tranquilo até o final do quarto ano enquanto não fizer as 11 UPAs, o bilhete único. Quero deixar claro ao eleitor que pode e vão ser feitos. Com a parceria do Cid, da Dilma, eles serão sim feitos. Vou fazer aquele prometi que seria feito.
Suas considerações finais, Roberto Claudio.
Eu queria agradecer a você, agradecer muito ao povo de Fortaleza que não sabe como eu estou feliz. Irei construir pela cooperação, pelo respeito, mas sobretudo pela força do trabalho, para poder cumprir as promessas e compromissos estabelecidos na campanha. Vamos unir as duas cidades, a da desigualdade e da prosperidade.
http://g1.globo.com/ceara/eleicoes/2012/noticia/2012/10/nao-vou-dormir-tranquilo-enquanto-nao-fizer-upas-diz-roberto.html
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